Apesar dos desafios econômicos, o mercado de imóveis continua aquecido em Belo Horizonte. No primeiro trimestre deste ano, o setor comercializou 7.272 unidades comerciais e residenciais - um crescimento de 35% na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram vendidas 5.366 unidades.
Os dados fazem parte do Data Secovi, e foram apresentados nesta terça-feira (13), pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). O levantamento analisou negociações efetivadas com imóveis residenciais e comerciais prontos na capital mineira.
Com 5.508 unidades, o segmento de apartamentos liderou em comercializações no período, representando 75,6% das vendas totais realizadas - um aumento de 24% frente a 2024. O modelo ''standard'', com valores entre R$ 350 mil e R$ 700 mil, foi o padrão mais comercializado, respondendo por 38,5% das unidades vendidas.
A região mais densa da cidade, Centro-Sul, é responsável pela maior concentração de imóveis vendidos em Belo Horizonte, respondendo por 25,1% do total, seguido por Oeste (18,8%), Pampulha (14,9%) e Nordeste (9,7%). Em contraste, Norte, Venda-Nova e Barreiro registraram os menores índices: 4,2%, 6,2% e 6,2% respectivamente.
Os bairros Lourdes, Anchieta e Belvedere, na região Centro-Sul, figuram na pesquisa com os maiores valores de apartamento da cidade - todos com o metro quadrado acima de R$ 23 mil. Já Dom Silvério (Nordeste), Solar do Barreiro e Goiânia (Nordeste) foram os bairros que registram os menores preços da capital mineira, com metro quadrado a R$ 3,4 mil.
Segundo o consultor da CMI Secovi-MG e responsável pela análise dos dados do Data Secovi, Fábio Tadeu, um dos indicadores mais relevantes nesse contexto é o fato de 33% dos imóveis da cidade serem apartamentos, sendo que o segmento é responsável por 75% do total vendido. ''Isso pode indicar que estamos passando por um período de transformação na cidade. Um apartamento é muito mais padronizado, seguro e mais fácil de precificar'', completa.
Com relação às transações totais de imóveis realizadas em Belo Horizonte, o consultor ressalta que o número avançou 35% neste ano e é o maior já catalogado pela entidade ''Os empresários e compradores continuam acreditando na cidade. Prova disso são os imóveis financiados no Brasil, que também apresentaram alta (38%), mesmo com o aumento dos juros''.
A presidente do CMI/Secovi, Cassia Ximenes, destaca que o mercado imobiliário acompanha a vida das pessoas e essa dinâmica faz com que o setor continue se movimentando. ''Temos hoje um cenário em Minas Gerais com menor taxa de desemprego, isso naturalmente gera um movimento maior em todos os setores do comércio, incluindo o imobiliário''
O destaque para determinadas regiões de Belo Horizonte, como a Centro-Sul, se deve pela alta demanda, impactada principalmente por empreendimentos comerciais. No primeiro trimestre, 62,1% das comercializações de salas do comércio foram realizadas na região, contrastando com 1,1% registradas em Venda Nova - menor resultado da capital mineira. ''Onde tem mais imoveis para vender é onde terá mais transações de compra e venda, como o observado na região Centro-Sul'', pontua a dirigente.
Outro destaque apontado no levantamento é o aumento na demanda por imóveis menores, especialmente nos padrões econômico e standard. Juntas, as duas categorias corresponderam por 76% do total de apartamentos comercializados em Belo Horizonte.
Para Cassia Ximenes, os dados refletem uma intensa demanda por imóveis menores, muito influenciada por mudanças no perfil da das pessoas. ''A população está envelhecendo, temos um número crescente de pessoas morando sozinhas, muito diferente do que era comum alguns anos atrás'', acrescenta.
Quanto ao futuro, a expectativa é dar sequência ao desempenho observado entre janeiro e março deste ano. ''Apesar das incertezas econômicas, observamos que as pessoas buscam por ativos sólidos e seguros para investir. Esperamos uma performance semelhante ou até melhor e estamos trabalhando para que isso aconteça'', finaliza a dirigente.
Acesso em: 14/05/2025