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Startups versus imobiliárias tradicionais

 

"Se sua empresa é uma referência positiva, preocupe-se em manter o constante aperfeiçoamento do seu trabalho, proporcionando, a cada dia, melhores experiências ao seu público consumidor"

 

As startups chegaram exigindo e tomando seus espaços no mercado imobiliário. E as empresas tradicionais estão empenhadas em novas táticas de reposicionamento e enfrentamento para manter e ampliar suas fatias já conquistadas. Numa breve análise, é possível verificar que a principal arma das novas imobiliárias está na forma de captação dos imóveis a serem negociados para venda ou locação. Com parcerias junto a porteiros, síndicos e corretores autônomos, monetizando as indicações dos proprietários de imóveis vagos, ganham frente perante as demais que ainda tratam o assunto de forma passiva, aguardando o contato dos futuros clientes.

 

Uma gestão mais agressiva e ativa, com ideias que impulsionem a conquista de uma maior carteira de imóveis disponíveis para comercialização, tem sido o grande diferencial entre os dois modelos de imobiliárias. A capacitação, a constante motivação das equipes comerciais e a incessante busca de parceiros são o segredo que vem proporcionando colheita de bons resultados.

 

Para usar essa estratégia, a ênfase no marketing digital é a principal base de trabalho. Os clientes, que não foram fidelizados pelas empresas tradicionais do mercado, seja pela insatisfação dos serviços prestados seja pelos preços cobrados ou simplesmente por acreditarem na velocidade de negociação tão bem divulgada em cuidadosas campanhas de marketing, são clientes à deriva, prontos para serem capturados por qualquer concorrente que ofereça mais vantagens. Em qualquer tipo de organização, os gestores devem se preocupar em fazer uma blindagem em torno dos seus clientes, criando canais de relacionamento que ultrapassem o mero cartão de aniversário ou as mensagens padronizadas.

 

A personalização do atendimento demandada pelos clientes é um ponto ainda não solucionado pelos novos modelos empresariais. À medida que crescem as carteiras das startups, crescem, proporcionalmente, os problemas e insatisfações registrados diariamente nos sites de reclamação dos consumidores. Ganham terreno e fidelizam seus clientes aqueles que têm oportunidade de atender de forma personalizada, chamando o cliente pelo nome e respeitando suas diferentes necessidades.

 

Você já tentou explicar alguma situação problemática a um robô? Ou reclamar? Por mais inteligentes que eles sejam, a paciência humana é tão limitada quantas são as opções que o menu disponibiliza aos clientes... Quando você pode se dirigir a um ser humano que te ouça, explique e pondere com você, de forma educada e convincente, a solução dos conflitos fica bem mais fácil. Portanto, não importa qual o seu modelo de negócio, e sim qual o seu modelo de relacionamento com seu cliente. Este, sim, vai determinar o desenvolvimento do seu negócio.

 

Cada contato é uma nova chance de renovar a fidelização daquele cliente que foi tão difícil de conquistar. O nível de satisfação do cliente pode ser acompanhado por meio de pesquisas rotineiras, que busquem sugestões de como agregar valor aos serviços prestados. Qual seria a resposta dos seus clientes se indagados se indicariam sua empresa aos amigos e parentes...? Pense nisso. Se sua empresa é uma referência positiva, preocupe-se em manter o constante aperfeiçoamento do seu trabalho, proporcionando, a cada dia, melhores experiências ao seu público consumidor. Analisar, de forma crítica, o atendimento de nossas empresas é a melhor maneira de nos adequarmos às novas exigências do consumidor.

 

Atualmente, vivemos o impacto de um novo fenômeno comportamental: "coliving", que, na onda do coworking, trouxe o compartilhamento de moradias. Essa tendência urbana, que otimiza espaços e economiza dinheiro, agrupa pessoais de interesses afins para dividir moradias, atualizando o conceito de república. O movimento estimula a integração, a sustentabilidade e, claro, a economia colaborativa.

 

Apesar de extremamente atual, o conceito de coliving teve origem em 1972, numa comunidade de 35 famílias, na Dinamarca, com a ideia de manter as moradias privadas e compartilhar espaços de convivência e atividades, como refeições e limpeza, com o objetivo de estimular o relacionamento entre vizinhos.

 

Mudam os comportamentos e, com eles, as demandas dos consumidores. O que concluímos é que nada substitui a humanização do atendimento, que deve ser auxiliada pelo uso da tecnologia. O empresário deve lançar mão de tudo o que estiver ao alcance para encantar seu cliente, usando o que há de positivo e melhor em cada modelo de gestão de negócios.

 

Escrito por: Cássia Ximenes Jornalista, especialista em negócios imobiliários, empresária e presidente da CMI/Secovi-MG.

 

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